Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a falta de atividade física levará 500 milhões de pessoas a sofrer de problemas cardíacos, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis até 2030, em todo o mundo.
Em “Status Global sobre Atividade Física 2022”, a OMS avalia dados de 194 países e alerta que o sedentarismo pode custar US$ 27 bilhões aos sistemas de saúde, caso os governos não tomem medidas urgentes para incentivar a população a fazer mais exercício.
A OMS concluiu que apenas metade dos países têm uma política nacional de atividade física e menos de 40% estão colocando em prática. Cerca de 30% têm diretrizes nacionais para todas as faixas etárias, inclusive crianças e adolescentes.
Quase todos os países estudados relataram manter sistemas para monitorar o sedentarismo em adultos, mas entre adolescentes esse percentual cai pra 75% e pra menos de 30% em crianças menores de cinco anos.
Não foram divulgados dados individuais de cada país, mas os resultados gerais por continentes e regiões. As políticas públicas e sua aplicação variam de acordo com a região do mundo e renda per capita, refletindo as desigualdades de outros indicadores socioeconômicos.
Em 2021, a Europa tinha a maior porcentagem de países com promoção de atividade física, enquanto o continente africano respondia pela menor proporção. O Brasil aparece inserido na “região das Américas”, o que inclui Estados Unidos e toda América Latina e Central, em posição intermediária.
Os resultados foram avaliados a partir de uma série de indicadores criados para o período 2018 a 2030 em relatório anterior da OMS. E incluíram a esperada piora nos indicadores por conta da pandemia de Covid-19.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse esperar que o relatório sirva “para construir sociedades mais ativas, saudáveis e justas para todos”. Para ele, é preciso ampliar a implementação de políticas para apoiar as pessoas a serem mais ativas por meio de caminhadas, ciclismo, esportes e outras atividades físicas.
A OMS faz uma série de recomendações aos governos globais, entre as quais integrar o tema às principais políticas públicas de cada país e criar metas claras, reforçar os sistemas de monitoramento de dados e pesquisas, engajar e capacitar comunidades.
O relatório está disponível na íntegra, em inglês.
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