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Quase 40% dos lares brasileiros com crianças passam fome

Quadro é mais grave nas regiões Norte e Nordeste, segundo novos dados da Rede Penssan


Famílias com crianças menores de 10 anos têm percentuais maiores de insegurança alimentar do que a média do país, revelaram novos dados divulgados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).


De acordo com o levantamento, 37,8% dos lares onde moram essas crianças enfrentam insegurança alimentar grave ou moderada. O percentual é 7 pontos maior do que a média nacional (30,7%), quando levados em conta todos os domicílios.


Nas regiões Norte e Nordeste, o quadro é particularmente mais grave. Nos estados do Norte, 51,9% dos domicílios com ao menos uma criança menor de 10 anos têm nível moderado ou grave de insegurança alimentar; no Nordeste, este percentual é de 49,4%.


Nessas regiões, os percentuais mais preocupantes de insegurança moderada e grave nos lares com crianças foram registrados no Maranhão (63,3% dos domicílios), Amapá (60,1%), Alagoas (59,9%), Sergipe (54,6%), Amazonas (54,4%), Pará (53,4%), Ceará (51,6%) e Roraima (49,3%).


Os dados fazem parte da segunda etapa do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (VIGISAN). Em junho, a pesquisa já havia revelado que a insegurança alimentar e nutricional das crianças brasileiras se agravou entre 2020 para 2021.


O que é insegurança alimentar?


Insegurança alimentar é quando existe incerteza em relação ao acesso aos alimentos necessários para uma alimentação saudável, um conceito criado pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia). Está dividido em 3 níveis de gravidade:


* leve: quando há incerteza quanto ao acesso a alimentos em um futuro próximo e/ou quando a qualidade da alimentação já está comprometida


* moderada: quando a quantidade de alimentos é insuficiente para toda a família


* grave: quando há privação no consumo de alimentos e fome


A insegurança alimentar grave e a fome causam a perda de energia e desnutrição, afetando o desenvolvimento físico e cognitivo de crianças e jovens.


A segunda edição do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN) analisou dados coletados entre novembro de 2021 e abril de 2022, a partir de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios, distribuídos nos 26 estados e Distrito Federal.


O resumo dos resultados e a pesquisa completa podem ser acessados no site Olhe Para a Fome.



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