Pesquisa foi feita pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, com pais de crianças de 2 a 12 anos
Uma pesquisa desenvolvida na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, comprovou que a adoção de alertas com imagens e advertências por escrito em rótulos e embalagens leva a uma diminuição da compra e o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas por crianças americanas.
O estudo envolveu 325 mães e pais de crianças com idades entre 2 a 12 anos. Eles foram divididos em dois grupos e convidados a fazer compras em um ambiente que simulava um supermercado, sem saber do que tratava a pesquisa.
Refrigerantes e outras bebidas açucaradas foram colocados em uma geladeira, lado a lado com outras opções de bebidas sem açúcar. Parte do grupo foi exposta aos produtos com uma advertência por escrito e uma imagem alertando sobre riscos de diabetes e doenças cardíacas, tal como os alertas nas embalagens de cigarros. A outra parte visualizou as mesmas bebidas sem as advertências. Os preços eram semelhantes aos preços das lojas de conveniência locais.
Fonte: "The impact of pictorial health warnings on purchases of sugary drinks for children: A randomized controlled trial", dos autores Marissa G. Hall,Anna H. Grummon,Isabella C. A.
Higgins,Allison J. Lazard,Carmen E. Prestemon,Mirian I. Avendaño-Galdamez,Lindsey Smith Tail
A pesquisa comprovou que a presença dos alertas levou a uma redução de 17% na decisão de compra desses produtos. Os autores concluem que a adoção de advertências nos rótulos e embalagens representa uma política promissora para desestimular o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas e reduzir a obesidade infantojuvenil.
Cerca de 20% das crianças e jovens americanos, com idades entre 2 e 19 anos, têm obesidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em todo o mundo existem 340 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos com sobrepeso ou obesidade.
Os resultados do experimento foram publicados na revista PLOS Medicine (em inglês).
A adoção de alertas nos rótulos, taxação de bebidas açucaradas e orientações oficiais contra alimentos e bebidas ultraprocessadas é uma agenda que tem avançado com mais força nos países da América Latina.
Em 2021, a Argentina se somou aos países que adotaram medidas regulatórias para tentar reduzir o consumo desses produtos, comprovadamente relacionados ao aumento do sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes. Chile, Uruguai, Peru, México e Brasil também adotaram medidas semelhantes, embora, no caso brasileiro, haja divergências quanto à eficácia do modelo adotado.
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