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Além da obesidade, ultraprocessados também estão associados a maior risco de câncer, apontam estudos

Cresce número de evidências científicas que apontam que o consumo de ultraprocessados é nocivo à saúde de crianças e adultos





Crescem as evidências científicas que associam o consumo de ultraprocessados na infância e na fase adulta ao aparecimento de câncer, além de obesidade e outros agravos já conhecidamente atrelados a uma presença maior desse tipo de produto nos hábitos alimentares diários de crianças e adultos.


A ingestão desses alimentos está associada ao maior risco de aparecimento de câncer em 25 partes distintas do organismo, concluíram pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde e do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP. Os dados apontam para maior risco de desenvolver câncer de todos os tipos e outros mais específicos como cabeça e pescoço, de esôfago, colorretal, fígado e câncer de mama.


Por outro lado, reduzir apenas 10% do consumo diário de ultraprocessados, incluindo bebidas açucaradas, pela mesma quantidade de alimentos in natura também se associou à redução do risco de desenvolvimento de câncer.


A pesquisa acompanhou cerca de 521 mil pessoas por dez anos em dez países europeus. O artigo foi publicado na revista The Lancet Planetary Health e está disponível em inglês.


As conclusões se somam a outro grande estudo, publicado em 2018, com base nos dados dos hábitos alimentares e informações de saúde de mais de 100 mil franceses. Um aumento de 10% na proporção de ultraprocessados na dieta foi associado ao crescimento de mais de 10% nos riscos de desenvolver câncer em geral e de mama em particular. O Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, produzido pelo Ministério da Saúde, orienta que crianças e adolescentes devem consumir preferencialmente alimentos in natura e minimamente processados.


Ultraprocessados aumentam risco de doenças cardiovasculares e diabetes


Uma ampla revisão feita também por pesquisadores da USP apontou para uma associação particularmente consistente entre o consumo de ultraprocessados e obesidade. Nesta revisão, foram selecionadas 63 pesquisas sobre o tema. Grandes estudos de corte encontraram associação significativa entre o consumo de ultraprocessados e o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e câncer, mesmo após ajuste para obesidade. Dois estudos de corte demonstraram associação do consumo de alimentos ultraprocessados com depressão e quatro estudos de coorte com mortalidade por todas as causas.


O artigo foi publicado em 2021, no Caderno de Saúde Pública, e está disponível em português.


Em outra ampla revisão, publicada em 2020, cientistas australianos também indicam que os ultraprocessados estão associados ao desenvolvimento de diversas doenças. Entre crianças e adolescentes, os agravos incluem um risco maior de doenças cardiovasculares, metabólicas e asma. Foram avaliados 43 grandes estudos. Nenhum deles reportou qualquer benefício de saúde atrelado a uma dieta com ultraprocessados.


Com foco específico sobre a saúde infantojuvenil, pesquisadoras do Centro Universitário Uni LS, em Brasília, e da Universidade Federal de Goiás, chegaram a conclusões semelhantes. Após analisarem 20 estudos sobre o tema publicados nos últimos 10 anos, também houve evidências consistentes que associam o consumo maior de ultraprocessados com maior ocorrência de obesidade e doenças metabólicas na infância. A pesquisa também alerta para o consenso em relação aos fatores sociais e ambientais determinantes na piora dos hábitos alimentares das crianças e jovens.


Publicado na revista Research, Society and Development no ano passado, o artigo está disponível em português.


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